- Isso pode acontecer, mas não estou dizendo que isso esteja acontecendo. Mas o fato de construir estádios com pressa pode atrapalhar, sim, a questão da sustentabilidade. Itens deixam de ser prioridade por conta da pressa para finalizar e entregar os estádios. Não temos casos até o momento que tenham atrapalhado. E isso faz parte do nosso trabalho: pressionar para que nada mude. Felizmente, os atrasos nos estádios brasileiros não afetaram, mas tivemos de pressionar mais por conta deles - Addiechi. Federico Addiechi também falou sobre as cinco mortes que ocorreram nas obras dos estádios para a Copa do Mundo. Ele disse que, apesar de lamentar as vidas perdidas, a Fifa toma os acidentes como aprendizado para que não se repitam mais. Além disse, o diretor de sustentabilidade da Fifa garantiu que o Brasil tem leis trabalhistas muito rígidas. - Todas as mortes e acidentes na construção dos estádios da Copa são muito lamentadas pela Fifa. Ninguém quer que essas coisas aconteçam. Mas quando acontecem, é importante saber qual foi o erro para que não voltem a se repetir. As condições de trabalho nos estádios foram muitos boas. O Brasil tem normas exigentes para controlar as condições de trabalho. As empresas responsáveis pelas obras foram além do que o mínimo necessário. Tivemos palestras de capacitação, palestras sobre segurança e condições de trabalho. Em geral, o trabalho feito no Brasil é muito positivo nesse ponto de vista. Para a Copa do Mundo do Brasil, a Fifa recomendou, mas não cobrou os certificados LEED. No entanto, o BNDES exigiu, em troca do financiamento, que os estádios buscassem a certificação. Para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, o certificado já será uma exigência da entidade. Catar Ainda na questão social, Federico foi questionado sobre as obras dos estádios do Catar. O país, que será sede da Copa do Mundo de 2022, vem sendo acusado de trabalho escravo. A Fifa admite que as condições de trabalho no Catar são muito aquém do satisfatório, mas afirma estar trabalhando, como uma de sua prioridades em relação do Mundial, na evolução do quadro. No entanto, a entidade, por enquanto, não cogita tirar a Copa do Catar por conta dessa questão. - É um tema muito importante para nós. Há dois anos estamos tratando das condições de trabalho no Catar. Já tivemos reuniões com sindicatos, organizações internacionais e com o próprio governo do Catar. O presidente (da Fifa) Joseph Blatter foi ao país se encontrar com o Amir e tratar pessoalmente sobre o assunto. A situação lá é conhecida, e a Fifa reconhece que tem muito trabalho para fazer na região. A Fifa designou um membro para tratar diretamente com o governo do Catar. Não só em relação aos estádios, mas em geral. Via: Globoesporte