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Treze, o número de Zagallo que deu uma "mãozinha" a Felipão

Lots of possibilities Bem-humorado após a vitória em um jogo tenso que selou a classificação da Seleção Brasileira para a final da Copa das Confederações, o técnico Luiz Felipe Scolari brincou com os jornalistas na coletiva de imprensa e aproveitou para contar detalhes engraçados da partida contra o Uruguai, nesta quarta-feira (26.06), no Mineirão.

Primeiro, o treinador pediu uma pausa nas perguntas para poder ler alguns números do jogo, como posse de bola (65% para o Brasil), e fez questão de chamar a atenção para as faltas: 14 cometidas pelo Brasil e 24 pelo adversário. A atitude foi uma resposta ao alto número de faltas do Brasil durante a primeira fase do torneio. Em três jogos, a Seleção Brasileira cometeu 67 infrações, o recorde entre os participantes. “Está na hora de canalizar esforços para o Brasil e não contra o Brasil. E não estou voltando a ser ignorante não, viu?”, brincou o técnico.

Depois, Felipão fez nova interrupção. “Quero dizer que nós não íamos perder o jogo hoje. Quando muito iríamos empatar, o jogo iria para a prorrogação e ganharíamos nos pênaltis. Sabem por quê? Porque hoje é o número do Zagallo e ele estava com a gente”, disse o técnico, mostrando o número 13 em seu crachá. Brasil x Uruguai foi a partida de número 13 na Copa das Confederações.

Perguntado sobre a mudança de postura do time após a entrada do atacante Bernard, no segundo tempo, no lugar de Hulk, Felipão contou uma história curiosa. “Eu vi que o time não estava correspondendo, tinha que fazer uma substituição. Olhava para o banco e pensava: ‘Tenho esse, aquele’. Sentei com o Parreira (coordenador) e o Murtosa (auxiliar-técnico) e cada um tinha uma ideia. Mas o Parreira disse: ‘O técnico é tu”. Então eu falei: “É o Bernard mesmo, está acabado’”, lembrou, para depois elogiar o atacante do Atlético-MG, que levou ao delírio boa parte da torcida mineira ao entrar em campo.

Em formação

Brincadeiras à parte, Felipão admitiu que a partida foi dura, principalmente por causa da experiência do time uruguaio. “Nós não tivemos uma atuação como nos outros jogos. Só que nós estamos sempre passando a vocês (jornalistas) e aos torcedores que o nosso time está em formação. O Uruguai já tem uma equipe pronta, que joga há muito tempo junta e que está em melhor situação que nós. É um amadurecimento. Há um pouco de nervosismo da nossa parte que é normal. Brasil x Uruguai é um clássico, há muita rivalidade. Tudo isso fez parte do jogo de hoje”, analisou o técnico.

Para Scolari, um dos principais objetivos do Brasil na Copa das Confederações já foi alcançado. “Os propósitos principais foram atingidos, que eram passar a primeira fase, chegar à final, dar à seleção pelo menos uma ideia de equipe, dar aos torcedores uma ideia de que nós temos uma boa seleção e de que podemos chegar também à final da Copa do Mundo. Essa mensagem só se passa ganhando, por isso acho que atingimos, sim, os objetivos, mas o maior agora é ganhar a final”, disse.

Sem escolher adversário para a decisão do torneio, Felipão acha que ainda há pontos a serem trabalhados na equipe. “A nossa vontade hoje foi fantástica, mas algum trabalho de bola, principalmente do meio pra frente, ainda falta uma conexão, para a gente chegar com mais possibilidade de gol”, analisou.

O técnico também mostrou tranquilidade ao comentar as falhas dos zagueiros David Luiz e Thiago Silva. O primeiro fez o pênalti em cima de Lugano e o segundo cortou mal a bola que deu origem ao gol de empate do Uruguai. “Vou mostrar a eles o que aconteceu durante todo o jogo. Mas, normalmente, nas nossas colocações, mostramos 90% de situações em que eles participaram bem e 10% em que eles não foram bem, porque a mim compete exaltar e mostrar o que é que eles progrediram. Vou continuar fazendo isso, porque assim vou dando confiança aos atletas e dando uma situação de tranquilidade que eles precisam ter”.

Elogios à torcida

Uma cena que já se tornou marca da torcida brasileira se repetiu nesta quarta-feira no Mineirão. As arquibancadas, em uníssono, cantaram o hino nacional brasileiro mesmo quando o acompanhamento terminou. Felipão não deixou o gesto passar sem agradecimento. “Só ganhamos porque esses jogadores foram determinados, fizeram um esforço muito grande, mas quem se colocou na vitória foi o torcedor. As 60 mil pessoas (o público oficial foi de 57.483) faziam com que os jogadores se sentissem fortes em cada momento de dificuldade”, disse o treinador.

Para ele, o apoio da torcida em cada cidade por onde a seleção passou vem coroando uma trajetória que tem tudo para terminar apenas na final da Copa do Mundo. “Podemos colocar mais uma cidade em nossa rota nos jogos para a Copa. Temos Fortaleza, Salvador, Brasília e agora temos Belo Horizonte, que nos recebeu de uma forma que nem nós imaginávamos. Está todo mundo voltando a ter aquela ideia de torcer pela seleção nacional. Agora, venha quem vier, serão 70 mil torcedores do Brasil no Maracanã. Vamos juntos novamente”, finalizou.

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