Há algumas semanas, Bussaca esteve no Brasil um encontro com os técnicos das 32 seleções que disputam a Copa do Mundo e com os árbitros que irão apitar as partidas da competição. O diretor, que também é ex-árbitro, reforçou a importância da mudança de atitudes de todos para que os jogos terminem da forma mais justa possível. - Estamos preparando os árbitros para a Copa do Mundo. Nossa prioridade é o fair play. Jogadores e técnicos precisam aprender a lidar melhor com os árbitros, com mais respeito, e os árbitros a administrar melhor situações. Falta muita comunicação por parte deles. Eu quando apitava e não tinha certeza, pedia desculpas a um jogador e isso acabava com tudo. Precisamos recriar esse hábito. No Brasil, será a estreia do recurso de sensores que avisam quando a bola ultrapassa a linha do gol em uma Copa, mas essa deve ser a única mudança tecnológica que a Fifa fará em algum tempo. A hipótese de mudança mais levantada é sobre o uso do replay para a revisão de jogadas. Busacca avisa que a Fifa não pretende implantar este recurso tão cedo. - Podemos colocar 100 vídeos, replays, mas o que temos fazer é trabalhar com prevenção. O video não resolve um problema de fair play. O que precisamos não é buscar uma máquina, são os valores que precisam mudar. Para o diretor da Fifa, o árbitro é um profissional como qualquer outro, está sujeito a errar e as pessoas envolvidas no futebol, de jogadores a torcedores, precisam entender quando uma marcação equivocada acontece. "O que não pode é um árbitro ter mais de um erro grave por partida", explica. - Se querem eliminar o erro humano, precisam colocar um computador no lugar do árbitro. Mas se colocar uma máquina, tem de colocar no mundo inteiro, em todas as profissões. Por exemplo, nos jornalistas. Jornalistas também erram. Os erros são humanos, precisamos aceitá-los. Aceitamos quando um jogador perde o pênalti mais importante de uma partida, também precisamos aceitar quando os árbitros erram. Via: Globoesporte