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Espanha derrota a Itália nos pênaltis e será a adversária do Brasil na final

Lots of possibilities No duelo entre tradição e momento, houve igualdade sem gols durante 120 minutos. Na justiça dos pênaltis, como definiu o técnico Vicente Del Bosque, a Espanha saiu vitoriosa, em uma partida disputada sob um calor de cerca de 30 graus e muita umidade na Arena Castelão, em Fortaleza. A Espanha venceu a Itália por 7 x 6 nas cobranças alternadas e enfrentará o Brasil na decisão, às 19h do próximo domingo (30.06), no Maracanã, no Rio de Janeiro. A Itália seguirá para Salvador, onde jogará contra o Uruguai, também no domingo, às 13h, na disputa pelo terceiro lugar.

"Foi um jogo muito difícil até o final. Perdemos oportunidades e foi muito duro. Contra o Brasil vamos fazer um jogo bonito, em sua casa, no Maracanã, vai ser muito bom", disse o espanhol Juan Mata, ao fim do jogo."Tanto nós quanto a Itália demonstramos que estamos na elite, representando bem a Europa. Foi uma partida limpa, esportiva, em condições difíceis de clima", afirmou o treinador da Espanha, Vicente Del Bosque.

Desde o início, os 56.083 presentes ao estádio deixaram claro para onde pendia sua balança. O hino italiano, por exemplo, foi cantando a plenos pulmões, ainda que 95% dos presentes à arena não soubessem a letra. Todas as vezes em que Pirlo fazia uma boa jogada, era ovacionado. Em alguns instantes do jogo, quando a Itália conseguiu ter a posse de bola e trocar vários passes consecutivos, os gritos de olé soaram no Castelão. A Espanha ouvia vaias recorrentes quando adotava seus conhecidos toques laterais e os gritos eram ainda mais enfáticos quando redundavam em recuos para Casillas.

Nessa toada, as duas seleções fizeram um primeiro tempo movimentado, mas protagonizaram um segundo tempo abaixo da capacidade das equipes finalistas da Eurocopa de 2012. Ainda assim, a Espanha mostrou-se fisicamente mais resistente e esteve um pouco melhor. Em compensação, a prorrogação foi repleta de lances emocionantes, com direito a uma bola na trave de Casillas e a uma pressão ibérica nos instantes finais.

"Tivemos alma e determinação. Conseguimos responder a cada uma das ações da Espanha e jogar bem, no meio de campo, com passes curtos e grande lucidez. Isso nos deixa cientes de que podemos obter bons resultados daqui para frente", afirmou o técnico da Itália, Cesare Prandelli.

Primeiro tempo

Os primeiros minutos, como esperado, foram de amplo domínio espanhol. O primeiro chute a gol foi de Pedro, com menos de dois minutos, mas sem muito perigo à meta de Buffon.

A Itália só conseguiu tocar na bola quase aos três minutos. De Rossi conseguiu roubar a bola de Xavi e partiu em velocidade. Na entrada da área, a bola chegou a Emanuele Giaccherini. O número 22 da Itália finalizou mal, longe da meta de Iker Casillas.

Depois disso, o jogo se concentrou no meio de campo, mas com bastante equilíbrio. Iniesta protagonizou uma ótima jogada aos 13. Ele passou por quatro italianos e, no último passe antes de entrar na área, foi bloqueado.
No momento seguinte, a Itália chegou com perigo. Candreva encontrou Christian Maggio pela direita. O cruzamento foi imediato, para finalização de primeira de Alberto Gilardino. Casillas só acompanhou a saída pelo lado direito.

Aos 16, uma grande intervenção de Casillas. Buffon deu um chutão consciente para frente e a bola chegou até a área espanhola. Maggio tentou de cabeça e o goleiro espanhol defendeu.

Dois minutos depois, mais uma grande chance italiana. Pirlo cobrou falta pela direita do ataque e De Rossi desviou com muito perigo para Casillas.

A Espanha só voltou à área italiana aos 25 minutos. Xavi e David Silva tabelaram pelo meio e passaram pela zaga italiana. Chiellini conseguiu dividir antes que Silva pudesse finalizar e a bola sobrou fácil para o goleiro Buffon.

Até os 30 minutos do primeiro tempo, a posse de bola pelo lado da Espanha não se traduzia em jogadas de perigo: 6 x 1 para a Itália em finalizações.

Aos 35, Maggio e Casillas protagonizaram mais um duelo. O ala-direito italiano perdeu mais uma grande chance ao cabecear em cima do goleiro espanhol, após boa jogada de Giaccherini pela esquerda.

A Espanha devolveu o susto logo em seguida. Torres matou a bola dentro da área, consegui fazer o giro em cima de Bonucci e, cara a cara com Buffon, chutou para fora.

Aos 42, uma blitz do ataque italiano. Giaccherini partiu em velocidade pela esquerda, puxou para o centro da área e chutou na zaga. A sobra ficou com De Rossi, que finalizou com força para mais uma intervenção de Casillas. Na saída de bola, Pirlo conseguiu roubar de Sérgio Ramos colocou novamente a bola na área. Só então os espanhóis conseguiram sair do sufoco.



Segundo tempo

A Itália voltou ao jogo com uma modificação: o meia Riccardo Montolivo entrou no lugar de Barzagli. Assim, o treinador Cesare Prandelli abdicou do esquema de três zagueiros.

Os primeiros minutos não renderam muitas emoções. A disputa ficou na intermediária, com a Espanha centralizando o ataque e a Itália tentando jogadas pelos lados, com Giaccherini e Maggio. Aos 6 minutos, o técnico espanhol Vicente del Bosque trocou David Villa por Jesus Navas.

O primeiro lance de perigo foi somente aos 12 minutos. Fernando Torres invadiu a área, pelo lado direito, e tocou para trás. Navas chutou cruzado, para boa defesa de Buffon.

Iniesta, que andava sumido na partida, fez ótima jogada individual e tentou um chute de fora da área, aos 19 minutos. Buffon não teve que interferir e acompanhou a bola saindo. A partir dos 20 minutos, o ritmo da partida caiu. Os jogadores acusaram o cansaço e o calor de Fortaleza.

Aos 27, a Itália teve dois escanteios seguidos. No segundo, Chiellini levou vantagem no jogo aéreo sobre Busquets e cabeceou por cima do gol de Casillas.

No minuto seguinte, Pedro recebeu ótimo lançamento pelo lado esquerdo do ataque espanhol e entrou na quina da grande área. Buffon saiu do gol e diminuiu os espaços para o atacante, que chutou errado.

Aos 39, a Espanha chegou com perigo. O zagueiro Piqué apareceu como elemento surpresa no ataque, mas finalizou mal, após ótima jogada de Torres e Navas pela direita.

O último lance do tempo normal ocorreu nos acréscimos. Xavi cobrou falta pela esquerda, Piqué quase alcançou e Gilardino conseguiu desviar para escanteio. O árbitro Howard Webb apitou o fim de jogo antes da cobrança de escanteio.




Prorrogação


As emoções que faltaram ao segundo tempo sobraram à prorrogação. A Itália começou com uma substituição no ataque: Sebastian Giovinco entrou no lugar de Gilardino. A Espanha partiu com tudo: logo no primeiro tempo, Buffon espalmou uma bola alçada após escanteio e Navas pegou de primeira o rebote. Buffon teve que cair no canto direito para fazer a defesa.

Aos 3 minutos, Maggio e Candreva chegaram à linha de fundo, pelo lado direito do ataque italiano. O cruzamento passou por Giovinco e sobrou para o baixinho Chiaccerini, que soltou a bomba. A bola explodiu na trave direita de Casillas.

Aos 4, o zagueiro Piqué teve nova chance no ataque. Após cruzamento para a área, a bola sobrou limpa para Piqué, que demorou a chutar. Quando finalizou, dois italianos já estavam em cima do lance e a bola desviou em um deles.
Iniesta criou ótima jogada aos 8 minutos e levantou a bola para Jordi Alba. O lateral espanhol pegou de primeira e a bola passou muito perto do gol de Buffon (foto).

Aos 13, Iniesta driblou dois pelo lado direito do ataque e cavou uma falta, após disputa com Pirlo. Xavi cobrou por cima do gol de Buffon.

No segundo tempo da prorrogaçõa, o primeiro grande momento foi da Espanha. Jordi Alba encontrou Juan Mata livre na entrada da área. De frente para Buffon, o espanhol bateu sem a direção esperada.

A Itália segurou a bola no ataque, mas não conseguiu chegar ao gol de Casillas até os 8 minutos. O cansaço era evidente em todos os jogadores que permaneceram o tempo inteiro em campo. O zagueiro Chiellini sentiu cãimbras e, como as três substitiuições italianas já tinham sido feitas, teve que permanecer em campo, mesmo mancando bastante.

O gol quase saiu aos 10 minutos do segundo tempo da prorrogação. Xavi arriscou de longe e, no que parecia uma bola fácil para Buffon, o goleiro italiano falhou e espalmou errado. A bola tocou na trave e saiu para escanteio. Um minuto depois, Buffon se redimiu e defendeu um chute cruzado de Martínez.

No último minuto, a Espanha chegou ao ataque com quatro jogadores contra três defensores, mas a Itália conseguiu segurar o empate e a decisão foi para os pênaltis.

Disputa de pênaltis


A primeira equipe a bater pênalti foi a Itália. Candreva converteu, com direito a “cavadinha”, tirando Casillas do lance. Xavi foi o próximo: bateu forte, goleiro para um lado, bola para o outro. Aquilani foi para a segunda cobrança da Azzurra, chutou no canto direito e também converteu. Iniesta bateu no canto esquerdo de Buffon e empatou novamente a disputa.

De Rossi tomou distância e chutou no ângulo direito de Casillas, com sucesso. O zagueiro Piqué bateu bem, no canto direito, e deixou tudo igual outra vez. A quarta cobrança da Itália foi de Giovinco, rasteira, outra vez do lado direito e Casillas nem se moveu. Sergio Ramos, pela Espanha, também converteu, sem chances para Buffon. O craque italiano Pirlo bateu com categoria e Casillas, mais uma vez, mal se moveu. Juan Mata não deixou por menos e converteu a quinta penalidade.

No início das cobranças alternadas, Montolivo fez o dele. Busquets escolheu o canto esquerdo do goleiro e também acertou o chute. Na sequência, o zagueiro italiano Bonucci isolou a bola, à semelhança da cobrança de Roberto Baggio na final da Copa de 1994. Jesús Navas não desperdiçou e deu a vitória à Espanha.
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