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Após estreia na MLS, Julio Cesar faz previsão na Copa: 'Apostaria no Chile'

- Se eu tivesse que apostar em alguém, apostaria numa Espanha e Chile passando da primeira fase (o Grupo B). Mas não foi apenas a previsão de Julio César que chamou a atenção no bate-papo com o GloboEsporte.com. Em entrevista no vestiário do CenturyLink Field após o triunfo do Toronto F.C, o jogador falou ainda que fica imaginando a hora de entrar em campo para o início da Copa e das críticas que vem recebendo por parte da torcida, que não concorda com a sua convocação. Ele comentou ainda o início de sua passagem pelo time canadense. Confira abaixo a entrevista com o goleiro da Seleção: GloboEsporte.com: Estamos a menos de três meses da Copa do Mundo, como é que está a ansiedade? Estou tentando administrar da melhor maneira possível, mas é complicado, realmente. Uma situação em que o povo brasileiro está bastante confiante, ainda mais depois da Copa das Confederações. Foi incrível a reaproximação do torcedor brasileiro com a Seleção. Então, a confiança é enorme. Você já começa a imaginar como será o dia da estreia da Seleção quando entrar em campo? A gente pensa em diversas coisas. Eu falo por mim. Quando vou dormir penso em um série de coisas, somente positivas. Acho que a situação do torcedor com Seleção em relação ao hino nacional foi uma coisa maravilhosa. É o que mais motiva os jogadores quando nós entramos em campo. Qual é a sua opinião a respeito das críticas que Felipão tem recebido por ter te bancado com bastante antecedência para a Copa do Mundo? Ele tentou me preservar pois a cobrança vinha sendo muito grande em cima de mim já que eu vinha sendo convocado, apesar de não estar jogando. Mas em nenhum momento eu me senti garantido. Tenho que trabalhar e continuar focado para estar na seleção. E o que você acha das críticas que algumas pessoas vem fazendo que você não estaria suficientemente preparado? Só pelo fato de eu não estar jogando. Isto gera muitas controvérsias. Eu entendo, mas o importante é que eu voltei a jogar e estou feliz com a minha estreia com os meus companheiros, uma belíssima vitória. Qual é o recado que você deixa para as pessoas que desconfiam de sua capacidade para disputar o Mundial? Se realmente tem gente que desconfia eu não sei, mas não só em relação a mim. O recado que eu deixo é um grande abraço ao torcedor brasileiro, que eles possam fazer na Copa do Mundo o que eles fizeram na Copa das Confederações. A gente entra em campo realmente muito motivado sabendo que o torcedor está nos apoiando. Nos deixa muito à vontade de fazer o nosso trabalho da melhor maneira possível. A reaproximação foi o troféu mais importante para a gente chegar na Copa do Mundo juntos num único objetivo que é o hexacampeonato. Este é o recado que eu deixo. O fato de disputar um campeonato com nível técnico inferior ao que você está acostumado te atrapalhará na preparação para o Mundial? Não, de maneira nenhuma até porque para o goleiro não muda tanto. Para um jogador que atua na linha deve ser um pouco mais complicado, pois realmente existe esta diferença de nível técnico. Para um goleiro a bola que for no gol tem que agarrar. E falando de Copa do Mundo, qual a sua opinião sobre o sorteio das chaves e os possíveis cruzamentos nas fases posteriores? Não é um grupo fácil. Todo jogo contra o México é complicado. Camarões é uma seleção que merece o nosso respeito. A Croácia tem bons jogadores. Ao mesmo tempo é bom começar num grupo complicado e já pegar nas oitavas de final, se Deus quiser, passando por um confronto complicado. É bom para amadurecer durante a competição. E você tem uma preferência por alguma Seleção nas oitavas de final? Possivelmente pode ser uma Holanda ou Espanha. Você esqueceu do Chile, que está jogando um futebol muito convincente, então a gente não pode menosprezar a seleção chilena, até pelos fato deles jogarem com um time sul-americano que eles conhecem bem. Se eu tivesse que apostar em alguém apostaria numa Espanha e Chile passando da primeira fase. O Brasil já pode pegar nas oitavas de final a Holanda, seleção que você não tem boas lembranças. Passa na sua cabeça uma possível revanche? Acho que caso a gente encontre a Holanda muita gente vai levantar muitas coisas pois foram eles que eliminaram o Brasil na última Copa do Mundo. Mas ao mesmo tempo é uma motivação a mais porque em 2010 eles nos fizeram sofrer. Pode ser que caso a gente encontre eles pela frente acabe dando o troco (risos). Você admite ter falhado naquele jogo. Para você teria um gosto especial para enterrar de vez esta história? Para mim já está enterrada para ser bem sincero. Se não estivesse, eu não estaria atuando hoje. Foi um momento complicado na minha carreira, mas que já está superado e não escolho jogar com a Holanda pelo que ocorreu em 2010. A seleção que vier a gente vai dar o máximo para passar para a próxima fase. O mais importante é passar o turno e ser campeão mundial. De nada adianta mandar a Holanda para casa e acabar saindo nas quartas de final. A decepção vai ser a mesma. São sete jogos para ser campeão do mundo e é nisso que a gente tem que pensar, independentemente do adversário que vamos enfrentar. E aquele jogo das quartas de final, de vez em quando você ainda pensa nele? Posso te falar que perturbou durante bastante tempo, mas tem um ditado que o melhor remédio é o tempo. Já se passaram quatro anos e o tempo cicatrizou. Como é que você o atual nível da seleção brasileira? Se a Copa do Mundo fosse hoje, o Brasil estaria devidamente preparado? Acho que a Seleção está no caminho certo. É claro que não podemos nos contentar com a Copa as Confederações e com os resultados positivos que a gente vem obtendo. Temos que pensar que temos que melhorar. Mas tem muito trabalho para ser feito. Isto é que faz um grupo forte. E qual a comparação que você faz entre o trabalho do Dunga e do Felipão? Eu não gosto de comparar treinador com treinador ou jogador com jogador. O Dunga fez um trabalho sensacional com a seleção brasileira, mas infelizmente a gente perdeu na Copa do Mundo. Porém, até então a gente vinha ganhando tudo, não sei quantas vitórias consecutivas, Copa América, Copa das Confederações, uma série de coisas que a gente tem que ressaltar. E o Felipão chegou já mostrando o porquê que ele ganhou a Copa do Mundo. É um cara que conhece bem o ambiente da seleção brasileira e rapidamente conseguiu formar um grupo com uma cara e identidade. A conquista da Copa da Confederações não foi à toa. São dois treinadores que eu respeito muito e com relação à Seleção sabem tudo. Uma pergunta que você deve estar cansado de responder, mas por que disputar a MLS? Porque de fato foi a única coisa concreta que apareceu. Eu já conhecia Ryan Nelsen pelo fato de ter jogado nos primeiros seis meses com ele na Inglaterra. Foi um cara que me estendeu a mão num momento complicado que eu estava vivendo dentro do QPR. Volto a frisar que foi um problema de contrato e não tecnicamente dizendo. O clube optou por um caminho e eu tive que respeitar como todo profissional, mas eu tinha que voltar a jogar. O que acontece com um jogador como você ter dificuldade para encontrar um clube? A maioria das vezes é em relação ao meu salário. Muitos clubes se interessavam, mas depois que eles sabiam do meu contrato, desistiam e não se chegava num denominador comum. O que mais emperrou foi o contrato. Como tem sido a adaptação neste seu início no Toronto? E a família? Está sendo maravilhoso. Só tenho que agradecer ao clube porque me receberam de braços abertos. Estou bastante motivado para retribuir o carinho e a confiança que eles estão depositando em mim. Fiquei impressionado com a primeira partida, com a organização. Realmente é um campeonato que está crescendo muito e merece todo o nosso respeito. Qual a diferença de um clube como o Toronto e os outros pelos quais você já passou como a Inter de Milão e o Queens Park Rangers? Não dá para dizer exatamente, pois ainda está no começo, não tenho nem um mês. Na Inter de Milão foi o melhor momento que vivi na minha carreira. Com o Queens Park Rangers, apesar de ter sido rebaixado, no meu primeiro ano lá fiz um ano maravilhoso, individualmente falando, voltei para a Seleção. A organização da Premier League é uma coisa fantástica, o estádio sempre cheio. Há um respeito do torcedor com o jogador. E aqui pelo que estou vendo, não deixa muito a desejar para a Premier League. Uma organização maravilhosa, os torcedores super-criativos, com banda, uma coisa que eu não esperava encontrar isso aqui. E depois da Copa do Mundo, você continua no Toronto? Tenho contrato até a Copa do Mundo, mas nada se impede de ser conversado depois. O mais importante é focar nestes jogos que antecedem a Copa do Mundo, atuar bem para depois se apresentar à seleção brasileira, fazer uma excelente Copa do Mundo, se Deus quiser, conquistar o hexa e depois o futuro a Deus pertence. Via: Globoesporte
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